A vida ensina sempre. Para quem julga que os estudantes das
escolas públicas não querem "nada" com a vida, para quem acredita que
basta jogar umas migalhas para os milhões de crianças e jovens brasileiros que
estão matriculados nas escolas públicas (mais de 85% de todo o efetivo de
estudantes brasileiros) e está tudo resolvido, para quem acha que o povo ainda
assiste a tudo "bestializado", como diria Aristides Lobo, são os
próprios estudantes que nos ensinam. Hoje, a EEFM Noel Hugnen de Oliveira Paiva nos deu a boa surpresa de
aderir ao amplo e forte movimento de ocupação das escolas públicas estaduais
cearenses, no contexto da greve dos professores do Estado do Ceará. Os meninos
querem mais do que bolacha e suco no lanche, mais do que paredes caiadas, mais
do que campanhas de autoestima sem políticas públicas para fortalecê-los na
disputa pelas vagas nos cursos mais disputados das universidades públicas.
Querem professores valorizados e estimulados para levar à contento sua tarefa.
Enfim, não querem apenas cobrar direitos, mas lutar pelos mesmos. E fazem-no a
sua maneira, espontânea, alegre, jovem. Isto me dá esperança. Num dia em que o
jogo político brasileiro dá mais um exemplo da sua instabilidade, num contexto
em que tudo parece mais confuso do que nunca, ver esta meninada tomando a
frente de um processo tão importante é um alento, uma lufada de ar fresco dessa
geração que não espera mais seus direitos, mas exige-os. Com muita
responsabilidade e compromisso. Adriana Costa,
Gean Gabriel, Aryanne Fortuna,
Rosa Fonsêca, Fabrício Souza
Por Gabriel Petter
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